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     Mensalmente, Domingos Sávio consumia cerca de 12 metros cúbicos de água, segundo aferição do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) de Rio Claro. Buscando alternativas para o enfrentamento da crise hídrica que afeta o Estado de São Paulo e a economia em casa, o morador criou um sistema que capta a água da chuva e, também, reaproveita a da máquina de lavar.

 

     Sávio criou o mecanismo em fevereiro de 2015 e economiza de quatro e cinco metros cúbicos de água por mês. Com investimento médio de R$ 2 mil, ele mesmo construiu uma torre e instalou duas caixas d’água junto ao reservatório residencial existente, além de uma bomba. Para o técnico mecânico, o objetivo do trabalho é a sustentabilidade. “Não penso em economizar financeiramente, mas preservar a água e usá-la de forma consciente”, explica.

 

      A água é utilizada para a descarga de casa, regar o jardim e lavar o chão. A caixa que recebe a água da rua é para o banho. Dessa forma, não há desperdício e economiza-se no que é necessário. Entusiasmado com o projeto pessoal, Sávio implantou o sistema num conjunto de casas de aluguel de sua propriedade. "Construi sistema similiar com cinco caixas d'água. A capacidade de armazenamento chega a dois mil litros", comenta.

 

  Outro exemplo é o do  Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Regional de Rio Claro. Inaugurado em junho de 2011, a unidade conta com cisternas para a captação da água da chuva, que é recolhida dos telhados por meio de calhas para ser reservada e distribuída por bombeamento. 

 

     São duas cisternas que armazenam até dois mil litros de água. Em tempos de crise, a água não-potável é de suma importância. "Ao invés de água potável, a que armazenamos da chuva serve para lavagem de viaturas, do pátio e regar plantas. É um bem ao meio ambiente em termos de economia e conscientização", segundo a coordenadora geral do Samu, Alcione Alves Oliveira. A iniciativa do Samu atende à Lei Municipal 3.937, de 2009, para preservação da natureza e estímulo à economia de água tratada. 

 

 

 

 

 

 

 

 

     Em tempos de crise a ordem é economizar. Não se trata apenas de uma crise financeira, mas sim hídrica. A escassez de chuva nos últimos meses agravou ainda mais a falta de água que já estava prevista por especialistas há mais de uma década, como afirma o engenheiro florestal Leonardo Magnin.

 

     Com a intenção de aproveitar a água da chuva imprópria para consumo, Leonardo dá dicas de um sistema de captação de água que poder ser construído em casa para fins doméstico, com canos de PVC e bombonas, com baixo custo. Confira a seguir:

     A fim de atender as necessidades e levando em consideração as condições de cada casa, é possível instalar sistemas de diversos tamanhos e preços. Os materiais utilizados para um reservatório de baixo custo, como por exemplo de 200 litros (bombona), custam de R$ 250 a R$ 400,00. Já um de maior capacidade, como de 1000 litros (caixa d'água), entre R$ 400 a R$ 600,00, mais custos de mão de obra.

 

     "O reservatório possui um sistema de tratamento que melhora a qualidade da água para uso doméstico. Esse sistema é composto por um filtro que separa a sujeira vinda do telhado , logo após é realizado o descarte da primeira água da chuva, onde se elimina o primeiro milímetro de água devido à grande quantidade de poluição atmosférica e matéria orgânica, depois passa pelo redutor de turbulência que faz com que a sujeira se mantenha no fundo da cisterna", conforme explica Magnin. Essa água pode ser utilizada para fins não potáveis como regar as plantas, limpar a casa e dar descarga. A instalação desse sistema simples de capatação de água da chuva permite a economia de até 50 % da água que seria normalmente utilizada em períodos chuvosos.

 

     Ao questionar quem seriam os responsáveis pela falta de abastecimento de água, Leonardo é categórico. "O principal reponsável é o modelo de vida e desenvolvimento atual. Acredito que a mudança começa em nível pessoal, cada um de nós pode tomar atitudes para viver com mais economia e sustentabilidade. Essas atitudes não estão só na economia em nossa casa, mas servem para repensar os produtos que consumimos e uma atitude política ativa", conclui.

 Ide   as

200 LITROS

POR DIA 

É O CONSUMO DE ÁGUA

POR PESSOA NO BRASIL

 (Fonte :  Sabesp)

 Boas

CADA PESSOA

PRECISA DE

110 LITROS

DE ÁGUA 

POR DIA

(Fonte: Sabesp)

Sistema de Captação de água da chuva e reuso da água gera vantagens a moradores

 

 

     Com o período de estiagem nos últimos anos, moradores e comerciantes da cidade de Santa Bárbara D’Oeste estão investindo em mecanismos de captação de água de chuva. O morador Carlos Eduardo Vasconcellos, 25, criou em sua residência uma cisterna para a captação da água da chuva. Ele explica que a captação tem início a partir do momento que a chuva cai na calha da casa e é transportada por meio de um cano de 5/8, e cai em outro cano de ¾ e vai até uma caixa d’água de 1000 litros, aonde fica armazenada.

 

      "A água captada é reutilizada para a limpeza do quintal, calçadas e regar as plantas. Meu maior cuidado é que não haja casos de dengue, pois a água fica armazenada por alguns dias, com isso os cuidados são redobrados. Tampo bem a caixa de água e sempre fico de olho nos canos que transportam a água para que não haja foco do mosquito vetor da doença", conta Vasconcellos. Em termos de economia, em menos de um ano da cisterna já viu a conta de água baixar, que foi reduzida cerca de 20%.


     Já o comerciante Marinho, 40, dono de um bar na cidade, sua cisterna ajuda na limpeza do seu comércio. A construção levou apenas um dia e contou com a ajuda de vários amigos. "A água da chuva é transportada num cano de seis polegadas até a caixa d’água de 1000 litros, na caixa contém um 'ladrão' que avisa quando está cheia. Na mesma caixa tem uma torneira para conectar uma mangueira e transportar a água em outros espaços e assim fazer a reutilização", explica. O cano que transporta a água contém uma tela para que não passe sujeira e nem tenha focos do mosquito da dengue. Os cuidados são extremos por ser em lugar público.
 

(fotos Flávia Ribeiro)

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