A crise hídrica enfrentada em 2014 foi responsável por um aumento de 57,2% no número de casos de dengue nas primeiras quatro semanas de 2015, segundo ministro da Saúde Arthur Chioro. Ele afirma que "o aumento dos casos de dengue se deve ao estoque de água em casa". A dengue é uma doença infecciosa causada por vírus e é transmitida ao ser humano por meio da picada do mosquito Aedes Aegypti.

 

    No combate ao mosquito, agindo de forma a identificar o foco e conter uma possível epidemia, está a Vigilância Epidemiológica e Controle de Endemias dos municípios. Em Santa Gertrudes,  a agente responsável pela Vigilância Epidemiológica, Sandra Magre, explica que o mosquito da dengue é um mosquito doméstico, vivendo dentro ou ao redor das residências ou locais frequentados por humanos. 

    

 

 

 

 

 

Qual é o comportamento do mosquito?

Sandra Magre - O mosquito da dengue é um mosquito doméstico, vivendo dentro ou ao redor das residências ou locais frequentados por humanos.  Apenas a fêmea do mosquito se alimenta de sangue, pois precisa deste para a maturação de seus ovos.  Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde.

 

Como são distribuídos os grupos de Vigilância?

Sandra Magre - A Vigilância em Saúde é dividida em Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e Controle de Endemias. No caso de Controle da Dengue, a Vigilância Epidemiológica realiza a notificação de casos e consolidação de dados, a Vigilância Sanitária apóia as ações que necessitam de medidas legais e o Controle de Endemias trabalha na eliminação do vetor.

 

Como é feita a vistoria das casas?

Sandra Magre -  A vistoria é feita pelos agentes de controle de endemias, que devem abordar o morador, orientando-o sobre a doença e as ações de eliminação e combate ao mosquito. Adentrando a residência o agente procura por possíveis criadouros do mosquito, eliminando o acumulo de água e demonstrando ao morador as melhores alternativas na eliminação do foco.

 

Quais os instrumentos utilizados no controle de pragas?

Sandra Magre - No caso específico da Dengue, os instrumentos utilizados são o controle mecânico, quando se modifica a posição ou a estrutura do recipiente que acumula água (por exemplo, virando uma garrafa de cabeça para baixo ou furando um pratinho de vaso) e o controle químico, quando se aplica o larvicida em criadouros ou inseticida nos imóveis.

 

Como são encontradas as suspeitas de foco da dengue?

Sandra Magre - Os focos de transmissão da doença são encontrados fazendo-se um mapeamento dos casos atendidos pelos serviços de saúde do município, já os possíveis focos de proliferação do vetor são identificados durante as vistorias realizadas pelos agentes ou decorrentes de denúncias de munícipes.

 

Quais são as primeiras medidas a serem adotadas?

Sandra Magre - As medidas adotadas quando se encontra uma suspeita de foco de proliferação do mosquito da dengue são: orientação ao responsável sobre as medidas de eliminação do foco, controle mecânico quando possível ou controle químico se necessário. Em casos graves ou da não colaboração do responsável é lavrado um auto de infração.

 

Como lidam com áreas infestadas e não infestadas?

Sandra Magre - As áreas não infestadas são trabalhadas em visitas de rotina, realizando a vistoria dos imóveis e orientação aos moradores. As áreas infestadas são trabalhadas em atividade de bloqueio, procedendo a eliminação ativa de criadouros e aplicação de larvicida/inseticida.

 

Quais os períodos epidêmicos?

Sandra Magre - A infestação do Aedes aegypti é mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e a intensificação das chuvas, coincidindo com o período epidêmico da doença.